

Regional
Pesquisa revela maior medo da mulher brasileira
Autoestima da mulher brasileira está relacionada com a utilidade que elas sentem ter na sociedade
Sentir-se inútil, incapaz e insegura. Estes são os principais medos que as mulheres brasileiras enfrentam atualmente, segundo mostra uma pesquisa de opinião realizada pela ArtCoco Semijoias. O levantamento ocorreu durante o mês de agosto de 2021 e ouviu cerca de 500 mulheres espalhadas por todo o Brasil.
O objetivo foi explorar questões relacionadas ao campo da autoestima que mais assustam as pessoas. Entre as respondentes, 95,3% eram mulheres e apenas 4,7% estavam divididos entre os demais gêneros. Todas as entrevistadas informaram ter mais de 16 anos de idade.
Ficaram de fora da pesquisa temas já bastante abordados durante a pandemia por outros estudos, como morrer, perder familiares e amigos, ficar desempregado (a), contrair doenças graves e falar em público. O foco consistiu em explorar as queixas ligadas aos sentimentos.
Em relação às opções apresentadas no levantamento, “sentir-se inútil”, com 22,2%, foi a mais assinalada, seguida por “sentir-se incapaz” (21,1%), “ficar sozinho (a)” (11,1%), “sentir-se inseguro (a)” (9,7%) e “envelhecer” (8,2%). As demais respostas apresentaram percentuais abaixo de 8%.
Para a Dra. Anny Karinna, médica psiquiatra e Analista de Comportamento na Comportarte, os medos de inutilidade não necessariamente têm a ver com aspectos relacionados às lutas por direitos.
Eles são medos universais. “Eles são medos universais, que dizem respeito à ocupação de espaços dentro dos nossos grupos sociais e à nossa capacidade de corresponder às expectativas que nós e os nossos pares temos de nós. Em algumas instâncias isto pode estar relacionado, sim, ao desempenho de papéis atribuídos ao homem ou à mulher e à ocupação de espaços reservados a um ou outro.
Mas antes disso precisamos pensar que mulheres diferentes partem de lugares diferentes. O significado de utilidade às vezes passa pela ideia de provisão e sustento; às vezes está na possibilidade de ser ouvida, amada, vista como importante emocionalmente e valorizada como pessoa ou segundo a sua importância afetiva. A necessidade e até mesmo a demanda social de exercer bem múltiplos papéis têm deixado, na verdade, quase todos nós com a impressão de não estarmos preenchendo bem algum espaço ou papel social. O quanto aquele papel é importante para cada um determina quão grande será a sensação ou ameaça de nos sentirmos inúteis ou incapazes.
A família e o trabalho, por exemplo, podem demandar atenção e oferecer reconhecimento diferente para mulheres solteiras que morem com os pais, divorciadas que morem com os filhos, casadas sem filhos ou casadas com filhos. Consequentemente, a importância e grandeza do que fará cada uma delas dar mais importância ao tipo de trabalho, tempo disponível ou salário variará muito.
A mulher de formação sócio-econômica privilegiada, executiva e que tem auxílio de babás pode se sentir menos útil e valorizada se estiver inserida em um contexto machista, sem amigos e num casamento infeliz do que a solteira com um filho pequeno, de classe média – baixa, trabalho subordinado, valorizada pela família e que tem vários amigos. O círculo social individual contribui muito para o quanto estas ameaças parecem mais presentes em nosso dia-a-dia.’- aponta.
Mulheres no mercado de trabalho
As questões abordadas na pesquisa não são isoladas, elas têm relação com o contexto socioeconômico da sociedade brasileira. As respostas mais apontadas, por sua vez, também retratam traços de uma população em que o mercado de trabalho é cada vez mais ocupado pelas mulheres.
Nesse sentido, os anseios e receios entre elas são diferentes quando comparados com outras épocas. O cuidado com o lar e com os filhos – tarefa historicamente delegada às mulheres – passou a disputar espaço com as preocupações com a carreira, com o desemprego, além das necessidades de se qualificar e ascender socialmente.
Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) sobre Estatísticas de Gênero, divulgados em 2019, revelam que a taxa de participação feminina na força de trabalho era de 54,5% à época do levantamento. Desde 2012, quando do início da série histórica da pesquisa, esse índice cresceu 2,9 pontos percentuais.
Ou seja, nunca houve tanta mulher trabalhando no Brasil e, correlacionando essa informação com a pesquisa da ArtCoco Joias, compreende-se porque os sentimentos de inutilidade e incapacidade foram as alternativas mais assinaladas.
“A insegurança e o medo são possibilidades humanas; cada um de nós pode senti-las de formas diferentes ao longo da vida. Também, o que é ameaçador para cada um de nós depende muito da nossa realidade e história de vida.
A mulher que vive na periferia tem uma realidade diferente da mulher que reside em uma região mais privilegiada, por exemplo, mas se ambas forem pretas e lésbicas, por exemplo, alguns medos as aproximam mais do que alguns podem imaginar. Por outro lado, a mulher que tem filhos ou que auxilia no sustento dos pais lida e sente o machismo e o assédio rotineiros de forma diferente do que ocorre com a mulher solteira que mora com os pais. A mulher que já foi estuprada ou abusada teme ficar ou relacionar-se com homens de um jeito que mulheres que nunca passaram por esta experiência não conseguem nem imaginar.
O medo de se sentir insegura, portanto, não significa a mesma coisa para mulheres diferentes. Não é medo em si. É medo de ter medo.”- Afirma a Dra. Anny.
Autoestima e saúde mental da mulher
O terceiro maior medo indicado no levantamento está relacionado com a insegurança, conceito bastante abrangente que pode dialogar com diversas variáveis, como autoconfiança, violência doméstica e urbana, entre outras.
Como o foco da pesquisa é o campo da autoestima, é importante considerar os fatores que podem fazer com que uma mulher se sinta insegura.
A Dra. Anny aponta ainda que “A saúde mental tem sido cada vez mais discutida e a pandemia e a realidade contemporânea trouxeram problemáticas próprias para esta área das nossas vidas.
A competitividade está globalmente maior, as pessoas se veem inseguras e confusas e os valores e conceitos sociais estão mudando de forma frenética e muitas vezes irracional. Há um forte patrulhamento do outro, com o desrespeito às diferenças travestido de defesa de valores, associado a muito egocentrismo e individualização nas relações interpessoal. De forma interessante, quanto mais nos aproximamos através da globalização e mídias sociais, mais nos afastamos e deixamos de lado os que estão próximos de nós. Quanto mais nos conhecemos, mais nos apegamos ao conhecimento que tínhamos e mais valorizamos a nossa ignorância com a intolerância. As mulheres, que já tinham suas próprias lutas a travar e espaços a conquistar, se veem imersas nesta realidade, com necessidade de ainda assim não parar de lutar.
Além disso, mulheres e homens se veem envolvidos em um momento no qual a luta e o reconhecimento de um requer aprendizado e segurança do outro, o que potencialmente pode fazer ambos adoecerem, se não houver diálogo.
A saúde mental, diante disso tudo e somada às ameaças e perdas reais que a pandemia trouxe, está seriamente ameaçada. Muitos, se não adoecem, funcionam em um estado limítrofe, “por um fio”, que não cede, mas também não permite gozar de saúde plena ou bem-estar. Precisamos urgentemente de informação e educação a este respeito, para que as pessoas possam investir em tratamento e prevenção.”
Envelhecer, eis a questão
O medo de envelhecer foi apontado por 8% das pessoas entrevistadas. Além da questão estética, a ideia de envelhecimento envolve abandono, vulnerabilização, redução das capacidades e forças, menor capacidade produtiva, etc. O medo inicial pode não ser da velhice, mas desta redução ou perda do poder e vulnerabilidade reais que a juventude traz.
Além disso, infelizmente, o medo de envelhecer tem como base preconceitos presentes na sociedade que fazem com que as pessoas mais vulneráveis ou com valores/necessidades mais superficiais façam esta busca incessante pela aparência mais jovem.
Quando envelhecemos, não somos mais paquerados (nem mesmo pelos nossos contemporâneos), as pessoas não nos dão mais a mesma atenção (nem os familiares), não temos mais oportunidades de trabalho como antes (ou não temos nenhuma oportunidade) e, nem mesmo os prestadores de serviço têm o mesmo interesse ou desenvolvem os produtos da mesma forma que faziam quando éramos mais velhos.
Com isso, desenvolvemos a clareza de que valemos mais para este grupo quando mais jovens. Naturalmente, envelhecer traz um peso atrelado ao fato. As pessoas precisam estar maduras e cientes de si para se sentirem seguras e valiosas apesar do envelhecimento. Acredito que é daí que a busca incessante pela juventude vem. Do desejo de continuarmos a ter o que tínhamos antes, ou da dificuldade de buscarmos outros objetivos e desenvolvermos novos valores, já que o que tínhamos antes não está mais disponível. O mercado apenas estimula isso criando e valorizando o consumo de determinados produtos voltados para esta busca. As pessoas que investem mais nela são aquelas que podem e querem fazer este investimento ou que têm mais dificuldade de abrir mão dele. E como em todas as situações, os menos preparados ou mais vulneráveis tendem a extremos e se sentem inseguros diante de tais ameaças. Nós todos, se fragilizados, podemos sentir mais estas ameaças em certas épocas das nossas vidas ou diante de certos problemas.
Em todos estes casos, a ameaça sobre a saúde mental depende muito da predisposição genética e do ambiente de vida e trabalho de cada uma. Às vezes a pessoa não adoece mentalmente, mas não consegue ser feliz ou sentir-se satisfeita com a vida que constrói, fantasiando segundo critérios falsos impostos pelos grupos sociais aos quais ela pertence ou aos quais quer pertencer.

Foto: Divulgação
Por | Carolina Peres – Hedgehog Digital
Regional
Coração e rins em risco: campanha nacional alerta para a síndrome cardiorrenal em cães e gatos
Iniciativa promovida pela VetFamily integra responsáveis, médicos-veterinários e indústria no combate à SCR


Coração e rins em risco campanha nacional alerta para a síndrome cardiorrenal em cães e gato / Imagem: Divulgação
Doenças cardíacas e renais se inter-relacionam e estão entre as principais enfermidades que levam cães e gatos a óbito, especialmente os idosos. Identificar precocemente os sinais e garantir um acompanhamento médico adequado são medidas essenciais para preservar a saúde e a qualidade de vida dos animais de estimação. Diante desse cenário, a VetFamily, maior comunidade de médicos-veterinários, clínicas e hospitais do Brasil e do mundo, lança a campanha “Rins e coração, saúde em conexão”, que tem como objetivo conscientizar responsáveis por pets sobre a síndrome cardiorrenal (SCR) e apoiar os profissionais da medicina veterinária na orientação dos clientes, na identificação, no diagnóstico e no manejo adequado dessa condição complexa.
Leia também: Limpeza específica em casa com pets pode prevenir doenças
A síndrome cardiorrenal é caracterizada pela interação entre o coração e os rins, em que a doença ou mesmo o tratamento de um desses órgãos agrava ou desencadeia problemas no outro. “Avaliando dados globais, podemos estimar que cerca de 10% dos cães e 15% dos gatos desenvolvem doenças do coração, e 10% dos cães e 30% dos gatos com mais de 15 anos possuem doença renal crônica (DRC), estimativas que comprovam a relevância de uma campanha que esclareça a população e apoie os médicos-veterinários. Como os sistemas cardíaco e renal estão interligados, ao diagnosticar um animal com doença cardíaca, automaticamente deve-se acender um alerta para monitorar, prevenir e diagnosticar precocemente potenciais disfunções nos rins e vice-versa”, explica o médico-veterinário, Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, Henry Berger.
Em humanos, a relação entre doenças cardíacas e renais é conhecida há décadas. Porém, o termo “síndrome cardiorrenal” ganhou destaque mais recentemente, e a doença passou a ser classificada em cinco subtipos com base na sequência e na natureza da disfunção dos órgãos envolvidos. Na medicina veterinária, a compreensão da SCR avançou nos últimos anos e a literatura veterinária também descreve cinco subtipos, semelhantes aos identificados em humanos, reconhecendo a complexidade das interações entre esses órgãos. São eles:
• Síndrome cardiorrenal aguda (tipo 1): ocorre quando uma disfunção cardíaca súbita, como choque cardiogênico, causa lesão renal aguda.
• Síndrome cardiorrenal crônica (tipo 2): caracteriza-se pela disfunção cardíaca crônica, como a doença degenerativa mitral, que afeta a pressão arterial e compromete a perfusão renal.
• Síndrome renocardíaca aguda (tipo 3): resulta de um evento agudo renal que leva à disfunção cardíaca.
• Síndrome renocardíaca crônica (tipo 4): ocorre quando uma doença renal crônica primária causa hipertrofia ventricular e eleva o risco de arritmias cardíacas. Pode causar alterações eletrolíticas no organismo do animal, hipertensão arterial e anemia, comprometendo o funcionamento do coração.
• Síndrome cardiorrenal secundária (tipo 5): relacionada a distúrbios sistêmicos que comprometem simultaneamente a função cardíaca e renal, como hiperadrenocorticismo, sepse e pancreatite.
Atenção redobrada
Os sinais clínicos da síndrome cardiorrenal podem variar conforme o estágio e o órgão afetado. Em casos de doença cardíaca, é comum observar tosse seca persistente, cansaço fácil, dificuldade respiratória e desmaios. Já os sinais de doença renal incluem aumento do consumo de água, urina em excesso, perda de peso, apatia, vômitos e, em casos mais graves, convulsões. “O diagnóstico precoce é determinante para um manejo eficiente. Reforçamos a importância de consultas regulares com médicos-veterinários para avaliação integral do paciente”, destaca a médica-veterinária da VetFamily Brasil, Beatriz Alves de Almeida.

A síndrome cardiorrenal é caracterizada pela interação entre o coração e os rins e afeta cães e gatos / Imagem: Pixabay
Exames diagnósticos e tratamento multidisciplinar
Para identificar a síndrome cardiorrenal, é necessário um protocolo diagnóstico abrangente, com exames específicos para avaliar a saúde cardiovascular e renal. Entre os exames recomendados para a avaliação cardíaca estão a radiografia torácica, que avalia o tamanho do coração e possíveis alterações pulmonares; o eletrocardiograma (ECG), para análise da frequência e do ritmo cardíaco; e o ecocardiograma, que permite observar em detalhes as estruturas cardíacas e sua funcionalidade.
Para a avaliação da função renal, são indicados exames como ureia, creatinina, SDMA (dimetilarginina simétrica) – biomarcador que detecta precocemente a insuficiência renal – e ultrassonografia abdominal, que identifica alterações estruturais nos rins. “A combinação de exames laboratoriais e de imagem é essencial para um diagnóstico correto, permitindo a abordagem terapêutica adequada e personalizada para cada paciente”, acrescenta a médica-veterinária.
O manejo terapêutico da SCR é desafiador e exige um acompanhamento contínuo, com ajuste de doses e monitoramento rigoroso dos parâmetros clínicos. Entre os medicamentos frequentemente utilizados estão o pimobendan, que melhora a contratilidade do coração sem aumentar a demanda de oxigênio; o telmisartan e o benazepril, indicados para o controle da hipertensão arterial; além de fluidoterapia para estabilização de pacientes com lesão renal aguda e reposição hormonal em casos de anemia decorrente de disfunção renal.
A prevenção e o manejo adequado da síndrome cardiorrenal envolvem medidas que vão além do tratamento medicamentoso. Uma dieta específica, prescrita pelo médico-veterinário, pode retardar a progressão da doença, enquanto a prática de exercícios moderados auxilia na manutenção do equilíbrio metabólico e cardiovascular. Exames periódicos são fundamentais para monitorar a evolução do quadro e ajustar a abordagem terapêutica conforme a necessidade do paciente.

Consultas regulares com médicos-veterinários possibilitam um diagnóstico precoce e um manejo eficiente da síndrome cardiorrenal em animais de estimação / Imagem: Pexels
Conexão que beneficia os animais de estimação
“A missão da VetFamily é criar soluções inovadoras para médicos-veterinários e apoiá-los para que promovam melhor qualidade de vida aos animais. Com a campanha ‘Rins e coração, saúde em conexão’, queremos ampliar a conscientização sobre a síndrome cardiorrenal e reforçar a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento contínuo. A integração entre nossa comunidade, médicos-veterinários, responsáveis e indústria farmacêutica é essencial para enfrentar os desafios dessa condição complexa”, conclui Beatriz. A campanha conta com o patrocínio das maiores indústrias farmacêuticas do país – Boehringer Ingelheim, Dechra e Elanco – e divulgação nas redes sociais da VetFamily, parceiros e membros da comunidade.
Para saber mais sobre a campanha “Rins e coração, saúde em conexão” e acessar materiais exclusivos visite: hub.vetfamily.com/pt-br/campanha-cardiorrenal.
Sobre a VetFamily
Organização global líder em soluções para clínicas e hospitais veterinários, faz parte do Vimian Group, tem sede em Estocolmo (Suécia) e reúne mais de 6.500 clínicas e 20 mil veterinários em mais de 11 países da União Europeia, Estados Unidos, Austrália e, agora, Brasil. Seu objetivo principal é contribuir para a melhor administração e lucratividade das clínicas, oferecendo diversos serviços, como centralização da negociação com parceiros comerciais, apoio à gestão e disseminação de conhecimento. Conheça mais em www.vetfamilybrasil.com.br.
Por | Josiane Fontana – deepzo
Regional
123 Milhas: o que há de novo no processo?
Entenda as propostas de pagamento das empresas na nova edição da Cartilha da Defensoria Pública de Minas Gerais.

Diante das novidades no processo de recuperação judicial, a Defensoria Pública de Minas Gerais lançou uma nova edição da Cartilha de orientação para os consumidores lesados pelo grupo 123 Milhas.
Leia também: TJMG incorpora Maxmilhas à recuperação da 123Milhas
As informações da Cartilha são úteis para credores de todo o grupo, composto pelas empresas 123 Milhas, HotMilhas, MaxMilhas, Lance Hotéis, e Novum.
As novidades são:
– Publicação do plano de recuperação judicial, contendo as propostas das empresas para o pagamento das dívidas aos credores,
– Apresentação da 2ª lista de credores, com a relação atualizada de consumidores e dos valores que têm a receber das empresas.
Com a publicação oficial do plano de recuperação judicial, os credores que discordarem das propostas de pagamento têm prazo até o dia 10 de abril para manifestar suas objeções. Essa manifestação deve ser feita via Defensoria Pública, no caso de consumidores carentes, ou por meio de advogado.
Caso haja objeções dos credores no processo, o que inclui clientes, funcionários e fornecedores das empresas, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais deverá convocar uma Assembleia Geral desses interessados. Nessa reunião, todos que têm valores a receber do grupo poderão aprovar o plano como está, exigir modificações ou rejeitá-lo.
Após a Assembleia de Credores, poderá haver a homologação do plano de recuperação pela Justiça. Os prazos para início dos pagamentos começam a correr somente após esse ato de homologação.
Propostas do plano de recuperação judicial
No plano, estão indicadas as datas a partir das quais os pagamentos das dívidas serão iniciados, as hipóteses em que as empresas propõem descontos nos valores devidos, bem como o parcelamento do crédito e em quantas vezes.
Em resumo, foram apresentadas cinco opções de pagamento das dívidas aos credores/consumidores:
a. Pagamento integral do crédito em 12 parcelas semestrais, com início do pagamento após 78 meses (6,5 anos) da data de homologação do plano pela Justiça. Nesse caso, é prevista, ainda, a possibilidade de antecipações no pagamento dos créditos, por meio de cashback em novas compras e vendas feitas com as empresas do grupo 123 Milhas;
b. Pagamento de 60% do valor do crédito, dividido em 12 parcelas semestrais, com início do pagamento após 18 meses (1,5 anos) da homologação do plano;
c. Pagamento máximo de R$ 450,00 em 10 parcelas semestrais, com início do pagamento após 30 meses (2,5 anos) da homologação do plano;
d. Pagamento de 75% do valor do crédito em parcela única, após 150 meses (12,5 anos) da homologação do plano;
e. Pagamento integral do crédito em 8 parcelas semestrais, com início após 150 meses (12,5 anos) da homologação do plano.
A escolha por uma das opções pelos credores não significa que os valores já começarão a ser pagos imediatamente.
Os pagamentos somente começarão a partir do prazo previsto para cada opção, contado da data da homologação (aprovação) do plano de recuperação judicial pela 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
Os credores não têm obrigação de aceitar a proposta apresentada pelo grupo 123 Milhas. Também não são obrigados, por enquanto, a escolher nenhuma das opções oferecidas no plano, que precisa ser aprovado pela Justiça. Aqueles que discordarem das propostas têm até 10 de abril para manifestar.
A 2ª lista de credores pode ser consultada no site da Administração Judicial (https://rj123milhas.com.br).
Outra novidade é que a 2ª Lista de Credores já foi divulgada na internet pelos Administradores Judiciais, apresentando a relação atualizada de consumidores e dos valores que têm a receber das empresas.
Essa nova Lista já deve incluir aqueles credores que fizeram seus pedidos administrativos (via site) de habilitação de créditos ou de divergências e que tiveram essas solicitações aprovadas pela Administração Judicial. O documento pode ser consultado no site https://rj123milhas.com.br.
A Lista ainda não foi publicada oficialmente pela Justiça. Somente a partir da sua publicação por edital da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte começará o prazo para que os credores que não fizeram os pedidos administrativos (pelo site) de habilitação de crédito ou apresentação de divergências possam fazer esses pedidos pela via judicial.
Esses pedidos de inclusão na lista ou de correção de dados e valores, como exigem um processo, dependem de representação pela Defensoria Pública, no caso de pessoas carentes, ou da contratação de advogado.
Clique para ler a versão atualizada da Cartilha, com informações detalhadas, simulações das propostas de pagamento e explicação das etapas do processo.
Por | Assessoria de Comunicação – Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais
Regional
Minas Gerais no clima da Páscoa: Varejo espera crescimento nas vendas

A Páscoa se aproxima, trazendo consigo a expectativa de um período de boas vendas para o comércio varejista em Minas Gerais. Segundo a recente pesquisa “Expectativa do Comércio Varejista – Páscoa 2025”, realizada pelo Núcleo de Estudos Econômicos e de Inteligência & Pesquisa da Fecomércio MG, um panorama otimista se desenha: 41,7% dos varejistas do setor alimentício mineiro projetam vendas robustas, impulsionadas pelo espírito festivo e pelas tradições da época. Além disso, um expressivo contingente de 39,9% dos empresários tem expectativa de faturamento superior ao registrado na Páscoa de 2024, sinalizando um cenário de crescimento e prosperidade para o setor.
Leia também: Docente do Senac aponta como pequenos empreendedores podem lucrar na Páscoa e driblar a crise
Para 47,0% das empresas afetadas pela data, os resultados das vendas devem ser semelhantes aos de 2024 e outras 11,9% esperam por resultados piores. Para 55% das empresas do ramo alimentício, a Páscoa não tem impacto nas vendas. O comércio de Páscoa compreende o período entre 27/02 e 16/04 de 2025.
A pesquisa ouviu 374 empresas, entre os dias 10 e 20 de março, sendo cerca de 37 em cada região de planejamento – Alto Paranaíba, Central, Centro-Oeste, Jequitinhonha-Mucuri, Zona da Mata, Noroeste, Norte, Rio Doce, Sul de Minas e Triângulo. As regiões com maior impacto positivo nas vendas, conforme a pesquisa são, nesta ordem: Sul de Minas, Mata, Jequitinhonha-Mucuri e Central.
Os principais motivos para a boa expectativa de vendas citados pelos estabelecimentos foram: valor afetivo da data (49,3%), otimismo/esperança (37,3%) e aquecimento do comércio (20,9%). Já os comerciantes que não estão otimistas com a Páscoa citam valor alto dos produtos (55,0%), crise econômica (30,0%) e endividamento do consumidor como principais motivos para um desempenho negativo nas vendas.
Na data de realização da pesquisa, 72,4% dos estabelecimentos já haviam iniciado as vendas e a estimativa é de que os ovos de Páscoa, as caixas de chocolate e barras, nesta ordem, serão os itens com mais saída. Para 82,7% dos comerciantes, o consumidor prefere fazer as compras na Semana de Páscoa sendo que 42,3% observam que o cliente, às vezes, faz pesquisa de preço e 28,8% avaliam que os clientes pesquisam sempre.
Conforme 22,5% dos empresários ouvidos, o gasto médio por cliente deve variar entre R$ 70,00 e R$ 100,00; para outros 21,04%, o ticket médio deve ficar entre R$ 100,00 e R$ 200,00. O cartão de crédito parcelado, cartão de crédito à vista e pix foram mencionados como as principais formas de pagamento que os comerciantes acham que os clientes vão usar.
As ações para impulsionar as vendas incluem propagandas (36,9%), garantir um atendimento diferenciado (36,3%) e promoções e liquidações (25%), já 13,7% das lojas estão optando por não adotar qualquer ação para alavancar suas vendas. Entre os 44,1% dos estabelecimentos que pretendem fazer divulgação e promoção de produtos online, 86,7% utilizarão Instagram e 72,0% Whatsapp. Entre as 29,25% das empresas que fazem vendas online, o Whatsapp é o principal canal, utilizado por 72,1% delas.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, destaca que a Páscoa de 2025 tem expectativas promissoras sendo importante data para o comércio varejista de alimentos no estado de Minas Gerais. “Notamos que este ano mais empresas esperam ser impactadas. Além disso, há uma perspectiva de vendas melhores do que no ano passado mesmo com o valor alto dos produtos. Observamos que os empresários pretendem vender mais ovos de Páscoa, resultado diferente de 2024, ano em que as expectativas de maiores vendas estavam atreladas às caixas de bombons, itens que normalmente possuem menor ticket médio. O valor afetivo da data e a disponibilidade de gastos do consumidor, mesmo que por meio do cartão de crédito parcelado, também se destacam como fatores que corroboram a expectativa de um aumento significativo para o período”, explica Martins.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 54 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.
Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para o setor e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.
Por | Wagner Fernando Liberato – Fecomércio MG
-
Notícias3 dias ago
Convergência TI-OT amplia ataques e expõe infraestruturas
-
Notícias3 dias ago
Inovação impulsiona mercado de aleitamento materno no mundo
-
Notícias3 dias ago
Intercâmbio promove vantagens para os jovens, revela ciência
-
Notícias3 dias ago
SILL do Brasil firma parceria com Maytag Commercial
-
Notícias3 dias ago
Grupo ArpiAspersul anuncia nova identidade e agora é Koria
-
Notícias2 dias ago
Super Visão conquista pelo quarto ano consecutivo o Selo de Excelência da ABF
-
Notícias3 dias ago
Inovação impulsiona o setor metal-mecânico em 2025
-
Notícias2 dias ago
União entre tecnologia e negócios impulsiona carreira e sucesso empresarial