Regional
Pesquisa desenvolvida na UNIFAL-MG analisa emissões de Gases do Efeito Estufa em fazendas produtoras de café no Sul de Minas Gerais
Estudo utilizou dados do Inventário do Ciclo de vida (ICV) para examinar a coleta e quantificação detalhada de insumos utilizados na produção e exportação cafeeira da Ipanema Coffees

Atualmente, as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) na atmosfera são um dos grandes problemas climáticos enfrentados pela sociedade. Segundo o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de GEE (SEEG), a agropecuária, apesar de sua relevância socioeconômica, é o segundo setor que mais emite estes gases no Brasil, especialmente quando associada ao desmatamento.
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Derielsen Brandão Santana é doutorando do Programa de Ciências Ambientais da UNIFAL-MG / Foto: Arquivo Pessoal
Considerando essa problemática, pesquisadores da UNIFAL-MG, em parceria com a Ipanema Coffees, realizaram trabalho sobre o Inventário de Ciclo de Vida (ICV) e as emissões de GEE em áreas produtoras de café no Sul de Minas Gerais. A pesquisa foi desenvolvida pelo doutorando Derielsen Brandão Santana, aluno do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Universidade (PPGCA), sob a orientação do professor Ronaldo Luiz Mincato, do Instituto de Ciências da Natureza (ICN) e coorientação de Joaquim Ernesto Bernardes Ayer, doutor em Geociências pela Unicamp.
O Inventário de Ciclo de Vida (ICV), analisado por Derielsen Santana em propriedades rurais da Ipanema Coffees nos municípios de Alfenas/MG, Machado/MG, Conceição do Rio Verde/MG e Cambuquira/MG, diz respeito à coleta e à quantificação detalhada de todos os insumos (recursos naturais, energia, água, etc.) e emissões (gases de efeito estufa, poluentes e resíduos) associados à fase do ciclo de vida de um produto. No doutorado de Derielsen Santana, foram identificadas e quantificadas as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) desde a produção de mudas até o transporte do café para a exportação.

Registro da colheita de café em fazenda do Sul de Minas / Foto: Arquivo Pessoal/Derielsen Santana
Conforme o doutorando, o monitoramento de gases do efeito estufa produzidos nas fazendas ocorre a partir da análise das quantidades de todos os insumos utilizados ao longo de um ano. Estes dados, registrados pela empresa, são entregues para o pesquisador, que realiza equações específicas e obtém as quantidades de GEE emitidas por cada um. “Se, em um ano, foram utilizadas mil toneladas de calcário, esta quantidade é colocada na fórmula referente a este e, assim, ao final, tenho a quantidade emitida de CO2. Este é o método indireto mais utilizado no mundo”, explica Derielsen Santana. “Em minha pesquisa, estes cálculos foram realizados durante quatro anos: em 2021, 2022, 2023 e 2024”, ressalta.
A Ipanema Coffees, empresa proprietária das fazendas sede do trabalho de campo, possui projetos de análises laboratoriais de águas residuárias, mantém áreas de remanescentes florestais e desenvolve projetos em prol da preservação das abelhas. Por serem engajados com questões ambientais, Derielsen Santana explica que o interesse por sua pesquisa foi mútuo. Ainda a nível de mestrado, o pesquisador já havia realizado um trabalho a respeito da erosão hídrica, das perdas de solo e das vulnerabilidades ambientais presentes na fazenda Rio Verde, localizada entre Cambuquira/MG e Conceição do Rio Verde/MG, de propriedade da mesma Instituição.
Resultados Preliminares

A pesquisa foi realizada durante 2021, 2022, 2023 e 2024 / Foto: Arquivo Pessoal/Derielsen Santana
Os resultados preliminares da pesquisa indicam que, nas propriedades rurais estudadas, há uma produção notadamente sustentável e em conformidade com as normas ambientais, o que contribui para com a diminuição das mudanças climáticas. “Isso ocorre devido ao manejo agrícola adotado, como as análises foliares e de solo, a manutenção da vegetação entre as linhas de café, a redução dos processos erosivos pelo plantio em contorno, a colheita manual com a menor compactação do solo, a manutenção de grandes áreas nativas e, principalmente, devido à utilização de fertilizantes nitrogenados com menor potencial emissivo”, informa Derielsen Santana.
“O café é um dos cultivares agrícolas mais vulneráveis às mudanças climáticas. Fatores como o aumento da temperatura e as alterações nos padrões de chuva influenciam diretamente em seus processos de floração, frutificação e de qualidade do grão, além de contribuírem para com a incidência de pragas e a erosão hídrica”, aponta o doutorando. Por isso, é de grande importância que sejam adotadas práticas agrícolas cada vez mais sustentáveis nestas fazendas. “O estabelecimento do ICV possibilita identificar qual é a contribuição mais significativa para o impacto ambiental, estimar a emissão de GEE por meio de dados e avaliar a implementação de melhorias processuais, pois, a partir daí, são obtidos benefícios não apenas para o meio ambiente, mas também para a produtividade da empresa. Inclusive, já existem certificações de café direcionadas apenas para a questão do Carbono, que agregam maior valorização do produto, gerando lucratividade e benefícios socioambientais”, ressalta.

O autor da pesquisa (ao centro), com o coorientador Joaquim Ernesto Bernardes Ayer (a esquerda) e orientador Ronaldo Luiz Mincato (a direita) / Foto: Arquivo Pessoal/Derielsen Santana
Além disso, a pesquisa proporciona o aperfeiçoamento do Sistema de Gestão Ambiental nas propriedades avaliadas segundo as normas de quantificação, monitoramento, verificação e validação das emissões do GEE descritas nos protocolos internacionais do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “Apesar de a fazenda Conquista, localizada em Alfenas/MG, ser responsável pela maior parte das emissões de GEE, por ser encarregada do escoamento da produção, nas propriedades da Ipanema Coffees, as emissões destes gases estão abaixo da média mundial de emissão para a produção de café e diminuíram do ano de 2021 para 2022”, destaca o pesquisador.
“A pesquisa pode sensibilizar produtores, consumidores e a sociedade em geral sobre a importância da produção sustentável, incentivando a adoção de boas práticas agrícolas e consumo consciente”, finaliza Derielsen Santana.
No que diz respeito aos impactos de sua pesquisa, Derielsen Santana espera que os resultados, principalmente no que diz respeito à pegada de carbono e suas emissões, cheguem a cooperativas e outros produtores e façam com que a consciência ambiental seja cada vez mais incorporada no contexto da produção cafeeira. “A cafeicultura em Minas Gerais ocorre, muitas vezes, em áreas de grande importância ecológica, como a Mata Atlântica e o Cerrado. Reduzir emissões de GEE pode contribuir para com a conservação destes biomas, protegendo a biodiversidade e os recursos hídricos”, explica. “A pesquisa pode sensibilizar produtores, consumidores e a sociedade em geral sobre a importância da produção sustentável, incentivando a adoção de boas práticas agrícolas e consumo consciente”, finaliza Derielsen Santana.
Por | Luana Bruno é estagiária da Diretoria de Comunicação da UNIFAL-MG.

Quente, gelado, expresso, coado, puro, com leite, na sobremesa ou até dando aquele toque especial em receitas salgadas, o café é unanimidade entre os brasileiros. Seu aroma desperta a sensação de bem-estar e aconchego. Mas nem todos os cafés são iguais: tudo depende do plantio, do processo de fabricação e, até mesmo, da forma como a bebida é preparada e servida.
São várias as datas para homenagear o grão, mas, aqui no Brasil, o Dia Nacional do Café é comemorado em 24 de maio e foi instituído em 2005 pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café) para celebrar o início da colheita nas principais regiões cafeeiras do país – como o Sul de Minas e o Cerrado Mineiro. Também é dedicado ao barista, profissional que domina a arte de extrair o melhor do grão.
Enfim, o café é, indiscutivelmente, uma paixão nacional e o consumo por aqui é, em média, 1.430 xícaras por ano. Além de ser um hábito cultural – no café da manhã, após as refeições ou naquele momento de pausa durante o dia -, também traz benefícios para a saúde.
O grão possui propriedades nutracêuticas, eficazes para aprimorar a atenção, a concentração, a memória e o aprendizado. O Prof. Dr. Durval Ribas Filho explica que a cafeína é a principal substância do café e não é 100% inofensiva, embora contribua para várias funções do nosso organismo.
“É um estimulante do sistema nervoso central que pode interferir no funcionamento do cérebro e do resto do corpo, de forma positiva ou negativa, de acordo com a dose”, detalha o médico nutrólogo, Fellow da The Obesity Society – TOS (EUA), presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e docente da pós-graduação CNNUTRO.
Ele ainda alerta que “aquela vontade exagerada de tomar café pode ser uma dependência mais psicológica do que biológica, pois muitas pessoas associam a bebida à maior disposição e energia, especialmente em momentos de estresse. A rápida absorção da cafeína é que traz essa sensação de bem-estar e, com o não consumo, surgem sintomas de abstinência.”
E lembra: “a cafeína não está apenas na xícara de café, mas também na composição de outros alimentos, como refrigerantes tipo cola, bebidas energéticas, chás (verde, mate e preto), chocolate, suplementos alimentares para treino e até medicamentos.”
O que nosso cafezinho tem de melhor:
• Amigo do coração
Rico em antioxidantes, o café ajuda na circulação sanguínea e pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, quando consumido com moderação.
• Cérebro mais ativo e menos depressão
Estimula a liberação de substâncias como dopamina e adrenalina, melhorando foco, memória e bem-estar, além de reduzir riscos de doenças neurodegenerativas.
• Mais energia e melhor desempenho
A cafeína combate o cansaço, aumenta a disposição e contribui para a performance física e mental.
• Excesso faz mal
Altas doses de cafeína podem causar ansiedade, insônia, arritmias e até efeitos mais graves, variando conforme o organismo de cada pessoa.
• Consumo consciente
A recomendação para adultos saudáveis é de até 400 mg de cafeína por dia – cerca de quatro xícaras de café coado, considerando outras fontes de cafeína.
• Sem açúcar é melhor
Evitar o açúcar no café pode ajudar a prevenir o diabetes tipo 2 e favorecer o controle da glicose e da sensibilidade à insulina.
• Hora certa para tomar
Prefira tomar até o meio da tarde, pois a cafeína pode prejudicar o sono. Também pode interferir na absorção de ferro e cálcio.
• Tipos e teores de cafeína
O expresso tem mais cafeína por volume que o coado. O descafeinado é uma opção para quem quer evitar a substância, sem abrir mão do sabor.
• Café fresco sempre
Após 30 minutos do preparo, o café começa a oxidar, perdendo sabor e podendo causar desconfortos gastrointestinais.
• Quem deve evitar
Não é recomendado para gestantes, lactantes, crianças, pessoas com ansiedade, insônia, refluxo, doenças cardíacas ou glaucoma, salvo orientação médica.
Por | Edna Vairoletti – ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia)
Regional
Fecomércio MG: Turismo em Minas Gerais acelera em março, contrariando tendência nacional

Minas Gerais demonstra resiliência no setor de turismo, apresentando um crescimento de 1,0% no volume de atividade turística em março de 2025 em comparação com fevereiro, conforme análise do Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. Esse resultado positivo contrasta com o desempenho nacional, que registrou uma retração de 0,2% no mesmo período. “Observamos uma dinâmica interessante no turismo mineiro neste mês de março. Enquanto o Brasil sentiu um leve recuo, Minas Gerais mostrou recuperação, impulsionando possivelmente, por fatores regionais e eventos específicos”, explica a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves.
Na comparação anual (março de 2025 frente a março de 2024), o estado mineiro também apresentou aceleração, com um aumento de 0,9%, superando o crescimento de 0,3% observado no ano anterior. Em âmbito nacional, a alta foi mais expressiva, atingindo 5,8%. “Apesar de o crescimento anual em Minas ser menor que a média do país, é importante notar a melhora em relação ao ano passado. Isso indica uma trajetória de recuperação e fortalecimento do setor no estado”, avalia Fernanda Gonçalves.
No acumulado do ano (janeiro a março de 2025), Minas Gerais registra uma expansão de 0,8% no volume de atividade turística, enquanto o Brasil acumula uma alta de 5,4%. Ao analisar o desempenho em um horizonte de 12 meses (abril de 2024 a março de 2025), Minas Gerais ocupa a décima primeira posição entre os estados. “O desempenho acumulado em 12 meses sugere um aquecimento gradual do turismo em Minas, impulsionado, em parte, pelo período do carnaval. Isso reforça a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura e promoção para consolidar e ampliar o potencial turístico do estado”, conclui Fernanda Gonçalves. A análise da Fecomércio MG ressalta a importância de monitorar de perto os indicadores do turismo para identificar oportunidades e desafios para o desenvolvimento do setor em Minas Gerais.
Sobre a Fecomércio MG
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG) é a principal entidade representativa do setor do comércio de bens, serviços e turismo no estado, que abrange mais de 750 mil empresas e 51 sindicatos. Sob a presidência de Nadim Elias Donato Filho, a Fecomércio MG atua como porta-voz das demandas do empresariado, buscando soluções através do diálogo com o governo e a sociedade. Outra importante atribuição da Fecomércio MG é a administração do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) em Minas Gerais. A atuação integrada das três casas fortalece a promoção de serviços que beneficiam comerciários, empresários e a comunidade em geral, a partir de suas diversas unidades distribuídas pelo estado.
Desde 2022, a Federação tem se destacado na agenda pública, promovendo discussões sobre a importância do setor para o desenvolvimento econômico de Minas Gerais. A Fecomércio MG trabalha em estreita colaboração com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), presidida por José Roberto Tadros, para defender os interesses do setor em âmbito municipal, estadual e federal. A Federação busca melhores condições tributárias para as empresas e celebra convenções coletivas de trabalho, além de oferecer benefícios que visam o fortalecimento do comércio. Com 86 anos de atuação, a Fecomércio MG é fundamental para transformar a vida dos cidadãos e impulsionar a economia mineira.
Por | Wagner Fernando Liberato – Fecomércio MG
Regional
Use a IA para aprimorar suas habilidades nos negócios


Leonardo Chucrute é Gestor em Educação e CEO do Zerohum
A tecnologia é uma ferramenta que usamos a nosso favor para vencer dificuldades ou inovar. Diante de um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, quem deseja ser bem-sucedido nos negócios precisa buscar novas formas de aprender e evoluir. A Inteligência Artificial (IA) pode ser uma poderosa aliada, quando usada com sabedoria.
Uma das formas é a otimização do tempo que a IA oferece. Por exemplo, é possível processar muitas informações em poucos segundos, identificando padrões de comportamento do consumidor, tendências de mercado e até pedir sugestões de melhorias. Isso pode contribuir para decisões mais seguras, reduzindo riscos e aumentando as chances de sucesso.
É também uma grande porta para o conhecimento. A informação nunca esteve tão acessível. Por meio de pesquisas, é possível não só aprender, como também personalizar a sua busca por melhores respostas. Pode-se pedir recomendações de cursos, artigos, vídeos e mentorias de acordo com o seu interesse. Use isso para desenvolver competências específicas, como liderança, gestão financeira, inovação e marketing.
Outra possibilidade fabulosa é pedir para a IA avaliar uma apresentação, um pitch ou um modelo de negócio. Há a possibilidade ainda de criar um prompt para testar ideias mais rapidamente, desenvolver protótipos com custos menores e adaptar seus serviços com agilidade. Startups e grandes corporações já estão utilizando esta ferramenta para criar soluções inéditas em saúde, educação, finanças, transporte e diversos outros setores.
A IA também é uma ferramenta valiosa no desenvolvimento de habilidades interpessoais. Há aplicações que simulam interações com clientes, treinam discursos e oferecem feedbacks sobre postura, linguagem e clareza de comunicação. Imagine você poder treinar seus vendedores ou atendentes com mais eficácia e ainda apontar onde seu time pode melhorar?
Por mais que a tecnologia seja algo de grande valor, ninguém conseguirá substituir a criatividade, empatia ou mesmo a visão humana. São qualidades que só as pessoas têm. Por isso, devemos encarar a IA como uma ferramenta para potencializar nossas qualidades e oferecer novas ideias. Quem souber integrar esta ferramenta ao cotidiano terá mais agilidade, precisão e capacidade de adaptação diante dos desafios do mercado.
(*) Leonardo Chucrute CEO do Zerohum, mentor de empresários, palestrante e autor de livros didáticos.
Por | Joyce Nogueira – Agência Drumond – Assessoria de Comunicação
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