Em poucos anos, aquele lindo filhote, que brincava intensamente e parecia nunca se cansar, começa a reduzir a atividade física e a apresentar pelos brancos na face. Este certamente é um dos pontos mais desafiadores para tutores: os animais de estimação têm uma expectativa de vida bem menor do que gostaríamos. Em média, um cão é considerado idoso a partir dos 7 anos de idade, variando pouco conforme porte e raça. Já os gatos entram na fase geriátrica por volta dos 11 anos.
O envelhecimento traz aos animais de estimação maior ocorrência de doenças crônicas, e cabe aos médicos-veterinários orientarem os tutores quanto às mudanças físicas e comportamentais inerentes a essa fase. “A medicina veterinária vem avançando muito em diagnóstico, tratamentos e soluções que aumentam a expectativa e a qualidade de vida dos pets, mas é crucial que tutores e veterinários atuem em conjunto para oferecer o melhor para os pacientes pets”, comenta o médico-veterinário, Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, Henry Berger.
Pele mais fina e ressecada, maior tempo de sono, redução das atividades físicas, da audição, da visão e do olfato são sinais comuns do envelhecimento. Porém, é preciso estar alerta à intensidade das mudanças e às alterações específicas. Rigidez ao se levantar, desconforto ao caminhar ou evitar subir escadas ou saltar são sinais de artrite, artrose e osteoartrite, doenças articulares muito comuns nos idosos, especialmente em cães de grande porte.
A Inteligência Artificial colabora com a análise de exames de imagem de animais de estimação / Imagem: AdobeStock
Doenças cardíacas também são bastante frequentes em pets seniores. Cansaço, tosse frequente, cianose (língua roxa), dificuldades respiratórias, perda de peso e fadiga excessiva após passeios são alguns dos sinais de doença valvar degenerativa (comum em cães de pequeno porte), cardiomiopatia dilatada (comum em cães de grande porte) e cardiomiopatia hipertrófica (comum em gatos).
Também muito comum nos felinos idosos, a doença renal crônica (DRC) costuma apresentar sinais somente em estágio avançado, como perda de apetite, emagrecimento, sede excessiva e letargia. Doenças cardíacas e renais também podem ser consequência de problemas bucais, como a periodontite. Por isso, o cuidado com a saúde bucal desde a fase filhote é tão recomendado pelos médicos-veterinários.
Semelhante ao Alzheimer em humanos, a disfunção cognitiva canina provoca confusão, desorientação, alteração no sono e comportamento repetitivo. Cães podem começar a latir sem motivo aparente, esquecer comandos que já sabiam ou parecer desorientados em locais familiares.
O câncer é outra doença que tende a aparecer com mais frequência em animais de estimação idosos e pode se desenvolver em diversas partes do corpo, variando em gravidade.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
A Medicina Preventiva que permita diagnósticos precoces é essencial para aumentar as chances de um tratamento bem-sucedido ou melhorar o gerenciamento da condição. O ideal é que o intervalo entre as consultas de rotina seja de ao menos seis meses, e exames de sangue e de imagem sejam realizados pelo menos uma vez ao ano, conforme as condições clínicas, o histórico e a idade do paciente. “Fechar um diagnóstico é muito mais fácil atualmente, com equipamentos avançados de ultrassonografia, hematologia e urinálise que oferecem resultados na hora. Além disso, a Inteligência Artificial colabora muito com a análise de exames de imagem”, revela Berger. A VetFamily, comunidade internacional criada por médicos-veterinários para desenvolver o setor, tem como um de seus objetivos firmar parcerias com grandes marcas nacionais e multinacionais, como Vetline (distribuidora de equipamentos de imagem e diagnósticos) e Signal Pet (Inteligência Artificial para exames radiográficos), para que seus membros disponibilizem alta tecnologia e soluções modernas em diagnóstico para seus pacientes.
O veterinário destaca ainda técnicas de tratamento amplamente utilizadas pelos tutores que estão colaborando para o bem-estar dos pets, como a acupuntura e a fisioterapia. “Essas terapias podem proporcionar resultados incríveis, especialmente em animais com problemas neurológicos e articulares. Sessões de acupuntura, aplicação de exercícios específicos, terapia manual, estimulação elétrica e hidroterapia são alternativas para melhorar a mobilidade, reduzir a dor e fortalecer a musculatura dos pets”, ressalta. A Fisio Care Pet, outra empresa parceira da VetFamily, oferece cursos avançados na área e a alternativa de franquias para que clínicas e hospitais veterinários possam oferecer serviços completos para os pacientes.
A indústria veterinária também colabora com o aumento da expectativa de vida dos animais de estimação por meio de medicamentos, como anti-inflamatórios, analgésicos e suplementos para articulações e doenças crônicas cardíacas e renais, com tecnologias cada vez mais inovadoras e acessíveis. “Nossa comunidade de médicos-veterinários é frequentemente treinada e atualizada com lançamentos de marcas como Boehringer Ingelheim, Elanco e Dechra, o que impacta positivamente o tratamento dos pacientes pets”, comenta Berger.
Cuidados diários também vão contribuir para o bem-estar dos pets na terceira idade. A atividade física pode ser mantida com caminhadas leves em terrenos mais planos e menos escorregadios para os cães, e adaptação do enriquecimento ambiental, com arranhadores e móveis mais baixos para os felinos. A saúde mental também não pode ser esquecida. Vale investir em atividades e brinquedos que estimulem a caça ao alimento.
A doença renal crônica (DRC) costuma apresentar sinais clinicos nos gatos somente quando em estágio avançado / Imagem: Unsplash
Adaptar o ambiente com camas mais confortáveis, rampas e pisos menos escorregadios vai poupar as articulações, já desgastadas com a idade. Comedouros e bebedouros elevados evitam esforço extra da coluna e facilitam a digestão. Mais fontes de água e bebedouros distribuídos pela casa incentivam a ingestão de água.
Já a nutrição merece atenção especial, com rações ou alimentação natural adequadas às necessidades da idade e saúde do pet, digestão mais lenta e dificuldades na mastigação. “As consultas regulares com o médico-veterinário são essenciais para a adaptação dos cuidados em todos os aspectos, incluindo alimentação e suplementação, até os ajustes na rotina e no ambiente do animal”, aponta Berger.
Sobre a VetFamily
Organização global líder em soluções para clínicas e hospitais veterinários, faz parte do Vimian Group, tem sede em Estocolmo (Suécia) e reúne mais de 6.500 clínicas e 20 mil veterinários em mais de 11 países da União Europeia, Estados Unidos, Austrália e, agora, Brasil. Seu objetivo principal é contribuir para a melhor administração e lucratividade das clínicas, oferecendo diversos serviços, como centralização da negociação com parceiros comerciais, apoio à gestão e disseminação de conhecimento. Conheça mais em www.vetfamilybrasil.com.br.
Por | Josiane Fontana – deepzo